terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Da guerra às "Flores" de plástico


Finalmente terminei de ler um livro sobre a Guerra Civil que estava na minha lista há mais de 2 anos. Foi menos difícil do que eu esperava, mas me fez ficar com saudades de um livro do Miguel de Souza Tavares, que tinha tudo para ser outro romance histórico best seller em terras luso brasileiras dele, mas só fez sucesso lá na “terrinha” mesmo...

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Passei 2010 inteiro paquerando um livro que vi na prateleira de novidades na Saraiva. Seu nome: “A batalha pela Espanha”. Autor: o escritor e historiador inglês Antony Beevor. Naquela época eu adorava ler livros de história...

Contudo, demorei para começar esse livro. O ganhei em 2011 e só em novembro passado é que o tirei de uma das minhas pilhas de livro.

Mas o li mais rápido que o esperava, e passei o fim de 2012 torcendo inutilmente para que os Republicanos virassem a guerra a seu favor e derrotassem os covardes Nacionalistas – desacostumei a ler livros de história! :p

Terminando o livro, fiquei mais curioso ainda com o conflito e com as outras obras de Anthony Beevor. O autor é muito bom, e apesar de ser inglês, consegue se manter neutro e fiel aos fatos!

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Os cenários, a época e as batalhas fratricidas me fizeram lembrar o romance histórico “Rio das Flores”, escrito pelo polêmico portuga Miguel de Souza Tavares.

Conheci esse autor com best seller “Equador”, um romance histórico fenomenal que explora com maestria as incoerências políticas, econômicas e sociais do mundo no final do século XIX.

Quando li a sinopse de “Rio das Flores” fiquei bem ansioso para lê-lo. Aí eu vi a capa e fiquei louco para arranjar logo o livro: era uma foto antiga da cidade do Rio de Janeiro com um Zeppelin ao fundo e tal!

E valeu a pena essa ansiedade, pois o livro é muito bom! Misturando ficção com fatos históricos o autor narra a saga de três gerações da família portuguesa Ribeira Flores, mas o foco principal é a "evolução" da relação entre os irmãos Pedro e Diogo, que vai do amor fraternal até um ódio profundo atrelado à convicções políticas cada vez mais opostas.

Mas apesar do romance ser muito bem escrito e com cenários familiares aqui no Brasil, em Portugal e na Espanha, o livro estourou lá em Portugal, mas não aqui nas terras tupiniquins...

O fenômeno do best seller é uma coisa complicada, mas acredito que esse livro não pegou por dois grandes motivos. Primeiro porque no Brasil somos bem mais simpáticos à ideia dos problemas e das incongruências que a colonização gera (como o explorado no “Equador”) do que às diferenças de ideologias políticas. A fidelidade partidária está aí para exemplificar, mas também podemos agradecer muito a nossos queridos militares da ditadura... 

E em segundo lugar, acho que Miguel de Souza Tavares, atento demais ao público brasileiro, deu um escorregão... Os outros livros dele possuem finais que deixaram um gosto amargo com sabor de realidade, que dá uma bela ressaca literária. Já “Rio das Flores” termina com um onírico "ar de final de novela da Globo"... :/

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