Há quase três anos atrás decidi ler tudo da Agatha Christie. Daí eu fiz
uma lista com todos os livros da velhinha e comecei a comprar, roubar e
esmola-los...
Aproveitando que seus livros são pequenos, fui lendo um livro por mês ao
longo desse tempo. Hoje, com mais de 50 lidos e menos de 40 para ler, posso
dizer que o fim dessa saga literária está próximo! :p
Não é nenhum martírio esse “projeto”. Eu realmente me divirto com a "receita de bolo" das histórias, as visões preconceituosas da autora e sobrenaturais velhinhas sagazes da Agatha...
E, como não falar das caricatas personagens que são super investigadoras ou super
sinistras (ou os dois!).
***
Ontem eu terminei “Matar é Fácil”. E, de todo rol de livros que eu já li,
esse foi aquele que logo no início eu falei “Opa, perae! Tem um bagulho
diferente aqui!!”
O livro começa com um tal de Luke Fitzwillian encontrando uma velhinha caipira
solteirona (uau que original!) que está em Londres para denunciar à Scotland
Yard um super assassino de sua cidade.
Ele não dá bola à história dela... Mas quando vê que pobre velhinha foi
assassinada em plena capital e que talvez ela estivesse certa, Luke resolve
arregaçar as mangas e investigar tudo.
Acontece que esse protagonista é totalmente imbecil e não está nada
preparado para sua jornada de investigação na Inglaterra campestre do inicio do
Século XX.
Apesar de ele se achar O Cara, está mais perdido que cego bêbado em
tiroteio na Linha Vermelha. E logo ao chegar à cidade, considera todo mundo
suspeito e se apaixona por todas as mocinhas da cidade. Para piorar o tolinho aí não
sabe mentir, invade casas aleatórias para investigar, pede ajuda para quase todo mundo na
cidade... É triste de se ver!
Mas no fim uma donzela sagaz consegue resolver o caso para esse estúpido...
Na realidade, se ele não tivesse saído de Londres as coisas iriam se resolver
sozinhas!
Esse livro é tão anormal que uma das personagens famosas de Agatha
aparece como figurante só pra dar uma credibilidade na conclusão da
investigação.
Com 3 adaptações para o cinema e televisão (a última com Julia McKenzie
como uma “Miss Marple”, que transforma o Luke Fitzwilliam em um coadjuvante
mais bobalhão), esse alfarrábio definitivamente não deve ser lido por quem
nunca pegou uma “Agatha Christie”... Mas se você é fã, ou tem uma meta louca
como a minha, ou tem curiosidade por desvios em estilos literários, vale a pena
dar uma conferida nas trapalhadas desse protagonista fanfarrão!
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