Kitāb
'alf layla wa-layla, ou “O Livro das Mil e uma Noites” chegou na Europa e
foi traduzido para o francês pelo orientalista Antoine Galland em 1704. Esse
polvilhado escritor de peruca usou e abusou da liberdade artística, fazendo
enxertos nos contos, modificando diálogos e reconstruindo enredos inteiros!
A obra não é fácil de ser lida.
Não pela sua antiguidade, mas sim pelo sua narração que ocorre de forma pausada,
e por diversas vezes se detém por parágrafos e mais parágrafos descrevendo
palácios suntuosos, banquetes esplendidos ou figurinos extravagantes – mas,
ainda assim, os contos do livro tem o seu mérito.
A história principal é simples: o
sultão maluco Shahriar fez a promessa de casar todos os dias, e matar as recém
empossadas sultanas após as núpcias. Mas eis que Sherazade, a mais nova
sultana, malandramente é acordada todas as madrugadas por sua irmã para que
conte uma história, que o sultão acaba acompanhando. No entanto, ela pára a
narrativa quando o sol aparece, e isso sempre coincide com os momentos em que
algo interessante ocorre nas histórias! Daí, o sultão sempre acaba adiando a
execução dela... POR 1001 NOITES! :O
Oquei, mas Sherazade só conseguiu
deixar o sultão piradão na dela com um macete que, ou deixou ele super
interessado, ou super confuso. A sultana começa a contar uma historia dentro de
uma historia dentro de uma historia... dentro da historia principal. É
praticamente uma precursora do “Princípio das camadas da cebola” do filme “A
origem”.
Chega um momento que esses contos
contidos em outros contos acabam e chegam os ícones ocidentais do folclore
oriental: Simbad, Aladim, Ali Baba e as historias do sultão 007 Harun
al-Rachid.
Há um pouco de tradição e
história, mas bastante de fantasia. Contudo, são três as questões mais curiosas
que se apresentam ao longo dos contos:
- O oriente é uma coisa só. China, Índia, África, Pérsia e o Oriente Médio são colados. Todos falam a mesma língua, tem os mesmos costumes, leis e tradições...
- Todas as mulheres são lindíssimas e geram paixões avassaladoras quando são vistas sem o véu. Eu ainda acredito que isso acontece porque os heróis e vilões devem ter visto poucas mulheres sem o véu ao longo de suas vidas...
- Sempre que tem um herói, ele é um típico cavalheiro dos romances de cavalaria. É bravo, honrado, forte e - com sorte ou não - ele vai se dar bem no final.
O final da história principal é
bem chocho. Pode se aplicar a frase simplista do escritor irlandês Jonathan
Swift: “No homem, o desejo gera amor; na mulher o amor gera desejo”. Mas eu
fiquei indeciso se Sherazade foi uma mulher inteligente que domou um imbecil,
ou se Shahriar foi um idiota que se “dominou” e apaixonou por uma mulher
inteligente!
Gostei, até deu vontade de ler! E é lógico que as duas opções são verdadeiras... eu não li, mas eu acho!
ResponderExcluirneh tambem gostei muito legal
ResponderExcluir