domingo, 17 de junho de 2012

Clássico de Junho


Muito bem! Após uma disputa acirradíssima, o livro A Moreninha ganhou seu lugar na resenha do mês, com seus poderosos quatro votos.


Só de ouvir falar de A Moreninha, a reação comum das pessoas é colocar a língua pra fora e dizer “Bleh, aquele romancezinho água-com-açúcar?”. Eu mesma já disse isso. Mas sou obrigada a admitir que, mesmo que seja cheio de sentimentalismos e idealizações da mulher típicas do movimento romântico brasileiro, A Moreninha é um livro agradável de ler.

Antes que me atirem as pedras, permita-me lembrar-vos que a obra de Joaquim Manuel Macedo foi publicada em 1844. Toda a sensualidade e ironia que recheiam o livro não são percebidas como eram há cento e setenta anos. Caso o livro fosse reescrito tendo como base os valores da sociedade hoje, atualizando gírias e expressões, os leitores com certeza se divertiriam tanto quanto as dondocas da época.

Por falar em atualizações... Alguém pode me dizer de alguma outra história que gire em torno de um amor de infância? Duas crianças que se conhecem, brincam juntas, prometem se casar... Pois é, eis um tema muito recorrente nas nossas novelas brasileiras! Em uma só emissora contamos com duas: Amor eterno amor e Avenida Brasil. Ainda que trabalhem com enfoques completamente diferentes, ambas utilizam o mesmo arquétipo de amor puro e infantil introduzido pela primeira vez no Brasil com A Moreninha.

Bem, como todos bem sabem – ao menos imagino eu que saibam – um dos amigos de Augusto o convidou para uma estadia em uma casa de veraneio em uma ilha, que acabou resultando em uma aposta que circunda toda a trama. Claro que não é possível dizer com absoluta certeza, mas Paquetá é conhecida como a ilha que serviu de cenário para o romance. Quem um dia tiver a curiosidade de visitar o local, encontrará várias “Moreninhas” no caminho: Pedra da Moreninha, Gruta da Moreninha, Casa da Moreninha... De fato, deve ser um passeio muito mais interessante após ler a obra.


Relembrando o que foi dito há alguns parágrafos atrás: seria realmente interessante se houvesse uma atualização da obra. Comparar a versão com valores antigos aos valores atuais... Então, alguém se habilita a transformar essa Moreninha numa Morenassa?

Um comentário:

  1. Muito legal a comparação do romance infantil de hoje com o de 1844, acho que a inocência é uma característica da infância que precisa ser preservada nos dias de hoje. Paquetá é um charme, lá também foram gravadas cenas da novela Mulheres de Areia.
    Bjão, Mari
    Priscila

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