(Voltando como se não tivesse parado...)
A muito tempo atrás, quando ainda achava o programa do Jô legal, ele disse em um programa que lia 100 livros por ano. Assisti outros intelectuais dizendo que sempre liam 100 livros por ano. Aquilo virou um marco pra mim! Naquela época lia uns 30 ou 40 por ano, ler pelo menos 50 ainda era um sonho...
Pois é. Agora, em novembro de 2010 eu já li 112 livros... Não vi chuvas de champanhe, pombas se suicidando ou virgens se auto-deflorando. Nenhuma comemoração... Só ocorreu a tragédia da monografia, mas no momento quase tudo já esta resolvido.
Os invejosos e abibliófilos, que dedicam mais tempo a outras coisas, podem me chamar de vagabundo, fútil ou imprestável. Eu não acredito que seja (tanto assim). Até porque mais de 20% desses livros eram jurídicos. E além do mais, a leitura sempre foi um dos meus maiores hobbies.
Pois é, e eis que aos 25 anos de idade consegui ler 100 livros em um ano. Muito do que li foi bastante construtivo, mas também teve muita porcaria. E definitivamente absorvo muito mais o que eu leio por prazer do que por obrigação.
Estranho, pois apesar de tudo só ficou uma sensação de vazio... Será que com 200 acaba?
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
A Casa dos Budas Ditosos
João Ubaldo Ribeiro
Edição 1
Editora: Objetiva
Ano: 1999
Páginas: 161
Esse foi o primeiro livro do João Ubaldo Ribeiro que eu li, e o quarto da coleção Plenos Pecados. E fiquei decepcionado com o autor e com a coleção.
Dizem que o autor baiano evitou pegar o tema “preguiça” para evitar o senso comum (provavelmente ele escreveria algo muito melhor do que João Gilberto Noll). Mas não é só esse boato que cerca a obra, a protagonista é tida com uma suposta baiana de 68 anos que mora no rio e está disposta a contar sua vida cheia de luxúria.
Eu acredito que foi para promover o livro que o autor cercou de mistérios essa hipotética mulher, que teria lhe entregue um manuscrito com sua vida libertina dela. Identificada pelas iniciais CLB, essa personagem-narradora conta suas diversas, e não tão convencionais, aventuras sexuais – promovidas pelo celebre jargão “com todo o prazer e sem respingos de culpa”.
Não sei se sou muito tapado e achei o livro uma putaria deslavada e sem objetivo, mas sei que não gostei. O próprio título é explicado com uma besteira nada a ver... Acho que o bafafá todo dá obra vem pelo autor e pela peça homônima, adaptada em 2004 como um monólogo da Fernanda Torres – que ficaria melhor com o título “Relatos de uma Vani velha e safada”.
Tá o tema sobre putaria, mas porra, luxúria não é só putaria! E olha como o Zuenir escreveu Mal Secreto! O cara soube abordar o tema, mastigar e digerido-lo.
Bem fica aí a dica pra quem quer ler uma sacanagem sem compromisso...
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Glosando a vida
Yeah, tempos de estudo!
Nessas horas sempre me dou conta de que se ao pegar um livro de mandado de segurança para ler sentisse tanto prazer quanto quando eu devoro um romance do Rubem Fonseca já estaria no caminho dos catedráticos e doutrinadores do direito!
É, mas cobras não têm asas, morcegos não enxergam bem, lagartos não andam no gelado e o Daniel não tem saco com livros jurídicos. Demoro anos para ler e absorver aqueles calhamaços recheados de termos jurídicos e “gírias” latinas.
Se fosse o inverso já estaria feito e não iria precisar glosar no meu Vade Mecum sempre antes das provas... (GLOSAR, ô mente poluída! Pega o dicionário e procura!)
Sim, eu colo!
Colo e passo cola desde antes da faculdade. Para mim colar nunca foi uma arma, mas sim uma garantia. Dá aquela segurança para tirar a nota mínima, a precaução para não deixar de esquecer alguma observação naquele resumo microscópico e ainda serve para comparar com os “apontamentos” do amigo.
E no direito é impossível não colar... Além da ardilosidade típica de qualquer aluno universitário, os códigos e suas milhares de páginas com letrinhas minúsculas facilitam o “arquivamento” de “resumos”.
Mas o pior é que no direito todo mundo cola! Mas todo mundo mesmo!
Desde o mais nerd até o mais vagabundo... A cola é um pré-requisito no direito. Por dois simples motivos:
1 – Se você não colar, sua nota vai ficar pior na média, porque todos estão colando!
2 – Geralmente você encontrará professores loucos que cobraram notas de rodapé, por isso é recomendável que você leve a sua própria “nota de rodapé”!
Eu poderia falar muito mais sobre esse assunto, mais já fugi demais do tema do blog! Só postei isso para explicar minha ausência e para terminar com essa foto exemplifica como se chega ao fim da faculdade de direito:
Ahhh, e quarta eu volto com as resenhas!
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quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Mais uma feira do livro
Ando sem tempo. E com uma tonelada de coisas pra fazer até “ontem”.
... e como prometi escrever sobre a feira do livro. Eis:
Eu não gosto de falar muito da feira, porque isso me lembra que ela ainda está lá. E como ir lá me deixa mais pobre (o que é mais triste pelo já grande rombo orçamentário do meu bolso).
Eu prefiro a feira na carioca, pois parece ficar menos farofada. Na Rua Uruguaiana, onde fica o maior camelódromo do centro da cidade, parece que as pessoas surgem do nada. E esse cardume quer comprar a maior quantidade de livros possível pelo menor preço possível, sem se importar se estão levando por 1 real um manual russo de engenharia sujo e amassado do mês passado ou um raríssimo alfarrábio embolorado do início do século.
Por isso tem que garimpar! No inicio do mês a feira com as barracas bonitinhas, com os livros arrumados por tema, autor e ano. Agora esta tudo uma grande zona. Têm barracas que colocaram todos os livros por 5 reais. E eu disse todos os livros! Desde o grande Best-seller de Burkina Faso até livros encardidos ou com a capa amassada que ali na Saraiva da esquina estão R$ 20 ou R$ 30!
O ruim disso é o tempo gasto ali no empurra-empurra, ombro a ombro com o povo. E o povo está bem heterogêneo, você vai esbarrar no engomadinho com ar de intelectual, no típico universitário sujão ou nas madames fofocando agarradas com as suas sacolas de compras.
Outra coisa meio chata é o nível dos vendedores. Sem preconceitos e levando em conta o fato de que eles estão cansados, todos são extremamente grossos, mal-educados e confusos. Além disso, eles fazem de tudo para que não haja pechincha. Todos as vezes que tentei descolar um desconto fui recebido com olhares maldosos, frases debochadas e gestos truculentos. Os caras compram livros por 1 real a unidade, vendem cada um por R$ 20,00 e ficam putos se você tenta pagar 2 reais a menos... Porra!
Bem, a feira está rolando ainda até a semana que vem. Apesar de alguns pontos negativos, ela ainda vale muito a pena. Eu estou evitando ir porque tem mais de 100 livros na pilha... No momento só quero é que a rua esvazie! Estou esperando a feira do ano que vem!
Bem vou lá galera... vou tentar escrever alguma resenha em breve!
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quarta-feira, 15 de setembro de 2010
De volta...
Foram o que? Dois meses?
Pois é, depois de muito esforço, consegui voltar!
Porque tirei essas férias do blog? Besteira mesmo...
Na realidade, foi tudo conseqüência de uma cadeia de fatos, aliada a um tempo muito necessário para dar uma espairecida!
Entrei de férias na faculdade e no estágio, comprei um wii, larguei as leituras, e quando as aulas voltaram fiquei enrolado com a formatura, com as últimas matérias e com a estagnação da monografia...
Ahhh, adoro dar desculpas! Dá um alívio! Não sei se algo da minha natureza ou tique de um estudante de direito...
Poderia resumir meu afastamento a uma verdade: estava sem saco e com pouco animo de escrever; e, como sempre faço, ao invés de procurar o verdadeiro porquê, fui empurrando o problema com a barriga...
Mas volto agora e prometo escrever e escrever mais!!!
Ontem estive na feira de sebos no centro do rio e vou fazer meu mini-relato viciado em livros. Além disso, tem várias resenhas aqui para escrever...
Bem, “por hoje é só, velhinho”!
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sábado, 17 de julho de 2010
Chegando aos céus
Quando entro no quarto e me deparo com ela sempre fico meio assustado pensando em quando ela diminuirá. Mas ela só aumenta!
Sim, estou falando sobre a mítica pilha de livros. Quando se gosta de ler é impossível não ter uma. Dos viciados aos negligentes, dos preguiçosos aos vorazes, todos têm alguma pilha de livros pra ler!
E cada um tem uma história para sua pilha...
A minha é simples... Sabe aquela história de que quando a crise chega às pessoas ficam tão neuróticas em revivê-las que aprendem a poupar e fazem de tudo para que o caso não se repita?
Pois então, estava eu no segundo semestre da faculdade, e ler era um hobby não tão valorizado quanto hoje em dia, pois jogos e saídas com o pessoal estavam na frente. E eis que a faculdade entrou em greve!
Passei a ver menos a galera, porque a grana escasseou e quase todos estavam em aula. E além disso, meu computador escangalhou e parei de jogar... Daí cai dentro na leitura. Só que a pilha era muito pequena e os livros acabaram rápido!
Naquela época eu devia ter 1/10 dos livros que tenho hoje, não gostava de reler livros e tinha um paladar muito exigente para leitura. Lembro de pegar muitos livros emprestados e ainda assim chegar numa situação tão critica que li dois manuais inúteis e chatíssimos de Direito Romano.
Hoje acho engraçado, mas quando lembro dessa época me pego instintivamente procurando livros.
Aliais, procurar livros é um dos meus hobbies atuais! Escavar sites, sebos e livrarias em busca de novidades, edições atualizadas ou coisas raras é algo que me dá prazer. Posso ficar horas fazendo isso sem notar o tempo passar.
E a internet é um problemão, porque as opções são muitas e as promoções também. E há sempre uma maneira de ganhar descontos, eliminar o frete, utilizar bônus, etc. Um inferno paradisíaco para consumistas!
Mas ainda assim uma boa válvula de escape. Eu fico muito menos estressado ou deprimido quando fico navegando pela net nessas buscas literárias! Até mesmo quando não compro...
E por esses motivos a pilha enorme - neurose, gosto mais apurado e principalmente a enorme oferta de locais para comprar. Se eu botar o monte de livros que tenho aqui em números vai causar comoção. Pensem assim, se todos os livros formarem uma pilha só, bem provável que ela me ultrapasse em altura!
Sei que tenho que parar de comprar, mas o gordo emagrece antes de voltar a comer?
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sexta-feira, 9 de julho de 2010
O Caso Morel
O Caso Morel
Rubem Fonseca
Edição: 1
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2002
Páginas: 168
Este é o primeiro romance de Rubem. Foi lançado em 1973, no auge da nossa ditadura militar. A história nos traz o embate entre Paul Morel, um excêntrico artista de vanguarda, e o ex-delegado e escritor em crise Vilela (que protagonizou o último conto de “A coleira do cão”).
Morel está preso e é de sua cela ele narra e discute suas histórias com o rabugento Vilela. Há uma evolução no estilo de Rubem, pois ele demonstra como entende de psicopatologia e como é hábil em explorar reflexões sobre a arte, em especial a literatura. Não preciso dizer que mais uma vez a violência urbana e o sexo estão o tempo todo no livro, preciso?
Até hoje este é considerado um dos melhores livros do autor. A personagem carismática de Morel conquista a todos, assim como a obstinação de Vilela em solucionar o mistério da trama. Pequeno e com a história envolvente, é impossível não ler esse livro de um fôlego só.
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quinta-feira, 8 de julho de 2010
O Clube do Filme
O Clube do Filme
David Gilmour
Edição: 1
Editora: Intrínseca
Ano: 2009
Páginas: 240
O que me atraiu nesse livro? Provavelmente o fato de ser um romance que falava sobre filmes. Ganhei ele numa falcatrua que fiz em um amigo oculto no estágio, onde roubei o presente de mim mesmo! :p
Demorei um pouco para começar a ler por causa do meu preconceito com best-sellers. E me surpreendi quando li e encontrei um livro que narrava muito bem a relação entre um pai bem doidão e liberal e seu um filho problemático que não queria estudar.
O pai então fala pro filho abandonar a escola se quiser, mas caso o fizesse teria que assistir três filmes por semana com ele – que era crítico de cinema.
É ai que o livro fica bom, pois as dicas e críticas feitas aos filmes são sensacionais – dá vontade de você sentar na sala com eles e escutar essa “aula”. E é impossível um homem ler esse livro e não se identificar um pouquinho com os problemas pelos amorosos de Jesse...
Se você curte filmes tente ler esse livro que é pequeno, instrutivo e recheado de boas dicas de filmes (e até de relacionamento e educação familiar – caso você seja excêntrico).
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quarta-feira, 7 de julho de 2010
Assassinato no Campo de Golfe
Assassinato no Campo de Golfe
Agatha Christie
Edição: 1
Editora: Bestbolso
Ano: 2008
Páginas: 266
Pois é galera voltei. E já começo falando desse alfarrábio que é terceiro livro da rainha do crime – e o segundo protagonizado pelo investigador Hercules Poirot.
A história é simples, o crime não é nada de mais e Hastings, o amigo do detetive, continua um mulherengo imbecil. Mas nem tudo é o que parece, pistas somem, surge um novo mistério e Hastings conhece sua futura mulher!
A trama é bem conduzida e há reviravoltas interessantes, mas com certeza esse não é um dos melhores livros de Agatha.
Vale ressaltar que há um momento bem legal onde a autora dá uma boa zoada no Sherlock Holmes. Este é um dos poucos livros de Agatha em que vi ação acontecendo em tempo real, com direito a cenas de violência! Ousada essa escritora!
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quinta-feira, 1 de julho de 2010
Balanço de Junho
Doze dias sem postar!
Porque?
Simples, o lado da balança dos motivos para não escrever estava mais pesado: copa do mundo, trabalhos da faculdade, desânimo e a crise existencial, o livro gigantesco de história que estou lendo, etc.
E além de tudo isso, faltou tempo, saco e disposição. Nem falei do Machado de Assis como tinha prometido!
Ao menos consegui homenagear o Saramago... Mas também acabei escrevendo demais.
Mudei o layout do Blog, ficou excêntrico. Mas ainda não é definitivo!
Amanhã farei outras alterações e escreverei mais direitinho. Agora estou com pouca paciência e meio sem saco de continuar digitando agora!
Até breve (podem ter certeza!)...
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sexta-feira, 18 de junho de 2010
AVE SARAMAGO! NOS MORITURI, TE SALUTAMUS!
É triste quando morre alguém que gostamos ou admiramos. Mesmo que seja alguma celebridade inalcançável, o espaço que fica nunca é preenchido.
Quem gosta é a galera da mídia. Pois podem fazer aquelas matérias compridas com vários fatos e fotos da celebridade morta, cobertura do enterro, notícias sobre eventos e acontecimentos marcantes, etc. É o “Show busines being showed”.
Nunca fui um grande fã de Saramago, pois ainda estou em um momento de escritores menores e menos cabeça. Mas sempre planejei para ler toda sua obra, pois adorei os dois livros dele que li – "Ensaio sobre a cegueira" e "O homem duplicado".
Não vou falar sobre sua vida ou suas obras. Há uma enxurrada de informações circulando agora que o autor desceu desse palco que é a vida. Quero falar do que foi Saramago para mim e do que eu quero que ele ainda seja.
Nunca tinha ouvido falar desse português ranzinza até o natal de 2003 ou 2004, quando ganhei de um primo “Ensaio sobre a cegueira”. Como ele era um pseudo-cult e filho de português, demostrou muita surpresa quando disse que não conhecia Saramago.
Minha primeira impressão do livro: “show essa capa em alto-relevo”. Um ou dois meses depois comecei a ler o livro. Achei um porre aquela estilo estranho-esquisto-sem-pontuação-ou-travessão. Larguei o livro na mesma semana.
Viajei e dois meses depois continuei o livro na pagina onde havia parado – devia ser entre a 20 e a 30. Percebi que aquele estilo diferente era uma maneira excelente de o autor esconder futuros diálogos e narrativas intensas. O livro todo era um grande mistério. Parecia denso, mas a história era incrivelmente instigante. Achei sensacional!
Passei a olhar com bons olhos os fãs de Saramago. Mas sempre adie minha procura pelos seus livros. Era como se não me sentisse preparado ainda para lê-los.
Há 2 ou 3 anos atrás acabei comprando o Homem Duplicado. Sempre estive atrás desse livro e surgiu a oportunidade de agarrar o "bixinho". Outro alfarrábio incrível, mas um filho de uma puta safado me contou o final antes... (E acabou que eu fiz a mesma “gracinha” sem querer depois!)
Antes de lançar o filme “ensaio sobre a cegueira” eu reli o livro. Achei ele bem mais legal do que a primeira vez. Senti a mensagem verdadeira do livro. Enxerguei a raiva que Saramago sentia dessa merda de sociedade capitalista e hipócrita em que vivemos.
Vi o filme, mas não gostei muito – odeio a Julian Moore! Assisti entrevistas do português turrão e me diverti bastante – o sotaque dava ar divertido às suas reclamações. Seu ateísmo era contagiante, talvez por ser bem radical – quase um "fundamentalista" :p. Li sobre a sua vida e passei a admirar mais o cara.
Mas ainda não me sentia preparado para ler seus livros...
Daí vi um documentário sensacional, “Janela da alma”. Entre todas as historias e entrevistas, as mais tocantes e que deixavam mensagens fortes eram as de Saramago. No final eu pensei “Porra, esse é o cara! Tá famoso, rico, reconhecido e ainda reclamando...”
Hoje eu me sinto preparado para ler seus livros, mas a pilha esta muito grande... Quando acabar um dos “autores-alvo” eu juro que começarei a ler o portuga!
Estranho quando morre um cara assim... Apesar de odiado pelos religiosos, o cara era um dos “últimos filósofos”. Estava com leucemia, poucos sabiam, mas morreu lá com a sua família quieto e calmo. No fim, continuou ateu e defendendo todos seus ideáis – diferente do João Cabral de Melo Neto que morreu agarrado ao crucifixo.
E agora ficamos órfãos. Os fãs, ainda não acreditam, os que não o conhecem ou que nunca o leram – ou leram pouco como eu – respeitam e procuram saber mais sobre o portuga resmungão, e os religiosos quase soltam rojão com a queda do último grande "herege do ocidente"...
Falei em todas as fontes – twitter, orkut e facebook - e falo também (mas agora em latim):
Ave Saramago! Nos morituri, te salutamus!
"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar."
"Se tens um coração de ferro, bom proveito.
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."
"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."
"Sempre chega a hora em que descobrimos que sabíamos muito mais do que antes julgávamos."
"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos."
"Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro."
"Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo."
"Estamos afundados na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista, ou é estúpido, ou insensível ou milionário"
- José de Souza Saramago (16/11/1922 – 18/06/2010)
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sexta-feira, 11 de junho de 2010
O Clube dos Anjos
O Clube dos Anjos
Luis Fernando Veríssimo
Edição: 1
Editora: Objetiva
Ano: 1998
Páginas: 130
Veríssimo é O Cara quando se trata de conjugar mistério e humor (mesmo que às vezes beire o non sense). Nesse terceiro livro da Coleção Plenos Pecados, o tema é a Gula. Conta a história de uma confraria de amigos glutões que se reúnem mensalmente há 21 anos para degustar iguarias. No entanto, justamente quando o grupo sai de uma crise, seus integrantes começam a morrer misteriosamente após cada encontro.
A narrativa do protagonista - meu xará - é bem divertida, mas o mistério não é o forte do romance. Contudo, os diálogos são sensacionais!
Recomendo para quem curte acompanhar aquelas relações típicas de grupo de amigos, analisando seus segredos, manias e pontos altos da história pregressa.
Não recomendo para os comilões, gulosos e devoradores, que babam ao ver ou ler receitas...
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quinta-feira, 10 de junho de 2010
A coleira do cão
A coleira do cão
Rubem Fonseca
Edição: 1
Editora: Agir
Ano: 2010
Páginas: 256
Essa coletânea de contos é o segundo livro de Rubem Fonseca. No primeiro, “Os Prisioneiros”, o autor conta historias de personagens que são prisioneiros de si mesmo. Neste, os personagens são como o cão do poema do início do livro: “com grande esforço arranca-se da cadeia e foge. Mas preso à coleira, vai arrastando um bom pedaço da corrente”.
Apesar de o livro ter só oito contos, Rubem sublinha sua maestria ao principiar o alfarrábio com a continuação da história do halterofilista de “Os Prisioneiros” (que também está presente em um dos contos de "Lucia MacCartney"). E ainda vale citar que o último conto é protagonizado pelo delegado de policia Vilela, um dos protagonistas do romance do livro “O Caso Morel”. (Adoro essa conexão de personagens e histórias!)
A violência e a sexualidade – muito presentes nas obras do autor - são abrandadas nesse livro para destacar os conflitos psicológicos dos personagens. Quase todos os protagonistas conquistaram alguma liberdade, mas se veêm confusos justamente por se acharem “com a coleira ainda presa ao pescoço, mas arrastando a corrente”, e ao mesmo tempo se ressentirem da ausência do “dono”.
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terça-feira, 8 de junho de 2010
Lolita
Lolita
Vladimir Nabokov
Edição: 1
Editora: Companhia de Bolso
Ano: 2007
Páginas: 369
Depois de muito tempo intimidado pelo tamanho do alfarrábio e suas letrinhas, consegui ler esse ano Lolita! Escrito pelo russo Vladimir Nabokov e publicado em 1955, o livro ficou famoso por ter sido um dos mais polêmicos já publicados – foi rejeitado por diversas editoras.
O romance é narrado pelo protagonista Humbert Humbert, professor de poesia com grandes traumas psicológicos, que se apaixona por Dolores Haze, sua enteada de doze anos. Ao menos o professor conta com algum bom senso ao se definir como pervertido e ao lidar com os dilemas morais de seus desejos.
Se você acha a historia de um maluco tarado deve ser escrota, prepare-se porque esse é um dos livros com foco narrativo mais diferente e interessante que você irá encontrar.
Desde o início o livro surpreende - sua introdução é sensacional. A primeira parte da obra parece um filme europeu Cult psico-erótico; em seguida transforma-se em um drama suburbano estadunidense; logo depois torna-se um estilo de Road Movie, com uma viagem de carro interminável; aí vem uma parte de mistério com um quê de Agatha + Hitchcock; e por fim vira um clássico drama policial de filme B.
Desde o início o livro surpreende - sua introdução é sensacional. A primeira parte da obra parece um filme europeu Cult psico-erótico; em seguida transforma-se em um drama suburbano estadunidense; logo depois torna-se um estilo de Road Movie, com uma viagem de carro interminável; aí vem uma parte de mistério com um quê de Agatha + Hitchcock; e por fim vira um clássico drama policial de filme B.
Sacaram como tem uma mistura de estilos cinematográficos? Pois é, apesar de criticas e preconceitos, o que veio depois desse velho livro foi progresso...
Falando em cinema, existem duas versões cinematográficas do romance, a primeira de 1962 de Stanley Kubrick; e a outra de 1997 dirigida por Adrian Lyne. Nunca vi mais do que 5 minutos da antiga e a mais nova "vi" em algum corujão e estava bebendo e conversando com amigos... Ou seja, nunca vi e não sei nada sobre as duas. Dizem que ambas são boas. Veremos...
Se possível, coloque o asco e o preconceito de lado e caia dentro desse interessante e denso livro. A pedofilia é o tema secundário, a paixão doentia do adulto pela menina e seus desdobramentos que são a verdadeira trama.
P.S.: Poderia falar de várias curiosidades sobre o livro, como a música do The Police que homenageia a obra, ou às mais de 100 capas (interessantes, bizarras e diferentes) que existe só para este livro, mas a falta de tempo e paciência me fizeram ser breve e só falar de uma: de tanto repetir, o autor fez surgir duas gírias de natureza sexual com o livro, lolita e ninfeta, ambas referem-se à meninas menores de idade ou adolescentes que são sexualmente atraentes e/ou precoces.
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segunda-feira, 7 de junho de 2010
Tirinhas 01
Uau! Quase uma semana sem postar aqui! Falta de tempo, muita bebida e preguiça aliada com o friozim. É o que o "fririado", ops, feriado faz com as pessoas... Preciso de outro pra descansar desse. Quem sabe agora com sol e praia?
E também, ninguém ia ler nada que eu postasse aqui durante essa época gelada de repouso!
Pois bem, estou sem saco de escrever sobre livros no momento - mal li durante o feriado e ainda fiz um livro sair voando do capo do carro durante o feriado (Muuuito imbecil!). Também não quero escrever notícias ou especiais, e ainda quero ver se o pique de estudar volta...
Então vou colocar aqui 5 tirinhas/charges sobre livros dentre aquelas que coletei ao longo desses meses!
Adoro essa última. É a que eu mais me identifico! Amanhã eu volto ao normal e tento escrever sobre livros!
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terça-feira, 1 de junho de 2010
Balanço de Maio
Maio foi um mês enorme, mas enfim acabou.
Não houve muitos post (os de notícias não deram nem sinal), mas consegui falar do Rubem Fonseca, assuntos avulsos e voltei a escrever o Especial.
Entre os assuntos avulsos, comentei da série que acabou e que tomou seis anos da minha vida e da feira do livro, que somou mais alfarrábios a minha enorme pilha.
Isso é bom porque parece a fase do bloqueio criativo finalmente acabou...
E impossível terminar esse balanço sem falar dos meus comentaristas mais fiéis: foram os comentaristas doultimo balanço: o meu amigo de infância mais antigo, Gabriel e minha nova amiguinha, a fofa mineira alfarrabista Joice.
Tem novidade esse mês: o calendário humano, um achado recente e inusitado, e a saída da “opinião” sobre o post, pois só eu marcava!
Esse mês tem muitos escritores aniversariantes, mas o homenageado ofusca todos os outros, ao mesmo tempo nada que eu escreva aqui irá não melhor a sua imagem já tão consagrada...
Bem, é isso!
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segunda-feira, 31 de maio de 2010
Especial 02 – Estantes; 2ª parte
Estantes - 2ª parte: “Magrinhas”
Dando continuidade ao especial de quase dois meses atrás, venho aqui enaltecer as singelas estantes magrelas, desde a desengonçada com forma de árvore até aquela comprida e alta que fica no canto da sala e de lado quase ninguém vê.
Algumas dessas prateleiras e estantes tem a vantagem de serem discretas e se encaixarem facilmente em um local já abarrotado de livros...
Ta certo que aqui em casa não tem nenhuma magrela ainda, mas creio que muito em breve elas serão extremamente necessárias...
01 – Galhada do veado
De início talvez eles quisessem fazer algo como uma árvore...
02 – Árvore da vida
Ahhh essa sim lembra uma árvore. Tem até o desenho das folhas para os incautos perceberem.
03 – Outono
Nessa parece que usaram os troncos que estavam no quintal.
04 – Cactus
Bem modernosa, ainda tem espaço pra TV e Blue-Ray (ou seja, é pros endinheirados)
05 – Frutífera
Fim da seção “árvores”, essa aqui é para aqueles que curtem crepúsculo, ou pelo menos a capa do livro...
06 – Emparedados
Oquei, isso não é uma estante, e nem uma prateleira; mas esse treco-para-pendurar-livros-na-parede é muito do mal! Acho que as mãos e os pezinhos que dão o ar bizarro!
07 – Espremidos
Para colocar naquele espaço apertado da sala e encher de livros fininhos – na realidade eu a acho muito pouco pratica!
08 – Espinha de Peixe
O nome diz tudo. É pequena, simples, discreta e escrota quando esta vazia...
09 – () ()
Lembra muito a espinha de peixe, mas é mais “fashion”!
10 – Twist and Shout
Show, mas se ela rodar fica mais legal ainda! (a do meio me lembra muito uma tulipa com chope… devem ser os livros amarelos e a cerveja de ontem…)
Bônus: Mas se você tem um problema sério de espaço, como eu estou perto de ter, estantes magrelas não vão adiantar muito. O lance é ter lances de escadas como esses:
É bom deixar os livros sobre primeiros socorros na parte inferior da escada. É sempre bom se prevenir para as futuras quedas...
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