quinta-feira, 11 de março de 2010

Douglas Adams - Parte 2/2 - Quem ele era



Há 58 anos, em 11 de março de 1952, nasceu Douglas Noël Adams em Cambridge, na Inglaterra. Filho de Janet Adams e Christopher Douglas, que tiveram mais uma filha, Susan, nascida em 1955.

Contudo, seus pais se divorciaram 1957, e Douglas passou a morar em Essex, na casa dos avôs maternos com sua mãe e a irmã. Na sua nova casa ele desenvolveu asma e alergias devido ao refugio oficial para animais machucados que sua avó tinha em casa. Contudo, provavelmente aí que nasceu sua forte relação com a natureza.

De 1959 a 1964 Douglas estudou na escola de Brentwood. Segundo um de seus professores “centenas de garotos passaram pela escola, mas Douglas Adams realmente se destacou na multidão – literalmente. Ele era anormalmente alto e sua habilidade para escrever histórias de boa qualidade o fazia praticamente brilhar”.

Com 12 anos, Douglas tinha 1,83 de altura. Mas ao longo de sua vida cresceu somente mais 13 centímetros. O autor dizia que na escola as pessoas ao invés de combinarem de se encontrar na cantina ou no pátio, eles diziam “nos vemos embaixo de Adams”. Durante a escola, e também na faculdade, Douglas ganhou prêmios de literatura por seus ensaios, contos e gibis.

Em 1974 Douglas se formou em Literatura Inglesa pela universidade de Cambridge. Com dificuldades para vender seus textos cômicos, o autor teve uma série de estranhos empregos, como porteiro de hospital, construtor de celeiro, depenador de frango e até segurança de uma rica família do Qatar. Douglas dizia que procurava trabalhos onde podia ler enquanto trabalhava.

Em meados da década de 70 decidiu viajar de mochila pela Europa indo da Inglaterra até Istambul na Turquia. Segundo Douglas, a idéia para a história e o titulo de sua primeira obra de sucesso lhe ocorreu durante este mochilão. Estava ele bêbado em um campo, em Innsbruck, na Áustria, olhando as estrelas e pensando na futilidade de seu livro ”Hitch-hiker's Guide to Europe”, pois todos que encontrava pelas cidades, ou eram ”surdos”, ou ”retardados”, ou falavam línguas que ele não entendia. Então, Douglas, inspirado por sua total falta de habilidade em se comunicar com as pessoas, decidiu dormir no meio daquele campo sob o céu estrelado quando lhe veio à inspiração para fazer um novo guia.

Quando o programa de rádio “O Guia do Mochileiro das Galáxias” foi ao ar, Douglas, então com 26 anos de idade, garantiu seu sucesso como humorista e consagrou seu lugar na BBC como roteirista. Seus programas de rádio receberam premiações, tanto de radiodifusão como de ciências. Ele ainda ganhou prêmios três prêmios BAFTAs por suas séries de televisão. Além disso, em dezembro de 1982 seus três primeiros livros estavam no topo da lista de Best-seller do New York Times e da Publisher´s Weekly. Muitos outros prêmios menores, mas não menos importantes, foram recebidos por Douglas.

Em 1981, amigos lhe apresentaram para Jane Belson. Apaixonados, rapidamente foram a morar juntos em Los Angeles. Quando Douglas foi chamado para trabalhar em uma adaptação do “O Guia do Mochileiro das Galáxias” para o cinema decidiu se mudar com Jane para Londres. Contudo, apesar da conturbada relação dos dois (separaram-se diversas vezes e até abortaram um noivado), Douglas e Jane casaram-se no dia 25 de novembro de 1991. Em 22 de junho de 1994 tiveram Polly Jane Rocket Adams.

Os fãs e amigos de Adams o descrevem como um ferrenho ativista ambiental, um assumido ateísta radical, um apaixonado por rock, e um amante dos automóveis possantes, câmeras, computadores Macintosh e outras bugigangas tecnológicas.

Depois de auxiliar diversos programas ambientais e biólogos na publicação de seus livros, Douglas participou em 1994 de uma subida ao Monte Kilimanjaro vestindo uma fantasia de rinoceronte para a organização britânica Save the Rhino. O evento levantou £$ 100, 000,00, o que garantiu auxílio a diversas escolas no Quênia e ao programa da Tanzânia de preservação do rinoceronte negro. Douglas ainda era um militante ferrenho do Dian Fossey Gorilla Fund.

O autor se descrevia com um ateísta radical. O “radical”, como ele mesmo dizia, era para dar ênfase ao seu ateísmo, evitando que perguntassem se ele queria dizer agnóstico. Apesar desse posicionamento, era fascinado pelo efeito da religião nas pessoas, e em sua obra espalhou diversas piadas e críticas a religião e criação do universo.

Fã incondicional de Pink Floyd e Beatles, espargiu diversas referências a sucessos do rock em suas obras. Tocava guitarra, não era destro, e possuía uma coleção de vinte e quatro guitarras para canhotos. Aprendeu outro instrumento, o piano, com Paul Wickens, pianista da banda de Paul MacCartney.

Grande entusiasta de novas tecnologias, Douglas escreveu sobre email e usenet antes de tornarem-se amplamente conhecidos. Trocava e-mail constantemente com parceiros dos seus diversos projetos e era apaixonado por Macintosh – usava produtos da Apple desde o seu lançamento em 1984.

Vivia com Jane e Polly em Santa Barbara, na Califórnia, desde 1999. No dia 11 de maio de 2001, durante o fim de um descanso de seus exercícios cotidianos na academia, Douglas Adams, com 49 anos de idade, morreu de ataque do coração. Ele não sabia, mas sofria de estreitamento das artérias coronárias, o que o levou a ter e uma arritmia fatal, seguida por um infarto no miocárdio.

Seu funeral foi em Santa Marta e suas cinzas foram depositadas no Cemitério de Highgate no norte de Londres. Uma missa, transmitida ao vivo pela internet na BBC, foi celebrada em sua homenagem, em 17 de setembro de 2001 na Igreja de St. Martin-in-the-Fields Church. Após sua morte Jane e Polly voltaram para Londres.

Em 2002 “The Salmon of Doubt” foi publicado – ainda não foi traduzido para português. O livro contém várias pequenas histórias, ensaios e cartas do autor. Ainda inclui onze capítulos da sua tão esperada, mas inconclusa, saga nonsense.

Até o fim de sua vida, Adams foi um requisitado professor de tópicos que incluíam o meio ambiente e tecnologia. Ao morrer tão cedo e de repente, Douglas deixou-nos sem um guia para esse universo louco que ele tanto sonhou, inspirou e ajudou a criar. Ao menos ele deixou um guia nos livros e filmes, todo com um grande aviso – NÃO ENTRE EM PÂNICO!

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